Ando sem tempo para internet e outras superfulosidades.Escrever no blog então tá no fim da fila.
Depois de 2 semanas sem acessar a internet, hoje consegui sentar para olhar alguns blogs que acompanho e me deparei com esse texto ótimo justamente sobre o tempo. Que coisa não?
"(…)
Em todo lugar alguém diz: aproveite o momento, aumente sua atenção, seja feliz, aproveite cada segundo, etc, etc, etc.
Eu sei que a mensagem é correta e boa. Mas eu, finalmente, me permiti admitir que isso não funciona pra mim. Isso me irrita.
Carpe Diem me
deixa paranóica e em pânico. Especialmente nessa fase da minha vida,
enquanto crio filhos pequenos. Ouvir um milhão de diferentes maneiras
Carpe Diem me deixa preocupada, que se não estou sempre em intensa gratidão e êxtase, então devo estar fazendo algo errado.
Acho que criar filhos pequenos (e grandes, me disseram) é um pouco como
escalar o Monte Everest. Almas corajosas e aventureiras experimentam
isso porque ouviram que existe mágica na escalada. Eles tentam porque
acreditam que atingir o topo, ou até tentar, é uma grande realização.
Eles tentam porque, durante a escalada, se se permitirem pausar e
levantar seus olhos, e retirar suas mentes do esforço, as vistas são de
tirar o fôlego. Eles tentam porque mesmo se machucando, e sofrendo,
existem momentos que valem a dor. Esses momentos são tão intensos e
únicos, que a maioria das pessoas que chegam ao topo, já começa a
planejar, quase imediatamente, uma nova escalada. Mesmo assim, todo
alpinista te dirá que a maior parte da escalada é traiçoeira, exaustiva,
matadora. Que eles literalmente choraram a maior parte do caminho
acima.
E então, eu acho, que se houvessem umas pessoas estacionadas, digamos, a
cada trinta metros ao longo do Monte Everest, gritando para os
alpinistas: "Você está se divertindo? Se não, você deveria! Um dia você
vai se arrepender não ter se divertido!?!” "Acredite em nós! Vai acabar
logo!!
Carpe Diem "- esses bem-intencionados líderes de torcida corriam o risco de serem jogados da montanha.
(…)
De todo modo, claramente,
Carpe Diem não funciona pra mim. E não consigo nem
Carpe 15 minutos seguidos, então um
Diem inteiro está fora de questão.
Aqui está o que funciona pra mim:
Há 2 tipos diferentes de tempo. O tempo
Chronos é o que a gente
vive nele. É o tempo normal, 1 minuto de cada vez, é olhar o relógio até
a hora de dormir, são os minutos escruciantes até o tempo alvo. (…).
Chronos é o tempo que passa devagar. (...)
Mas tem o tempo
Kairos.
Kairos é o tempo de dues. O tempo
fora do tempo. É o tempo metafísico. São aqueles momentos mágicos em que
o tempo para. Eu tenho alguns desses momentos a cada dia. E eu os
acalento.
Como quando eu paro o que estou fazendo e olho para a minha filha. Como
sua pele é perfeitamente macia e morena. Eu perbo as curvas perfeitas da
sua pequenina boca de elfo (…) Nesses momentos, eu vejo a sua boca
mexer mas eu não a ouço, porque a única coisa que consigo pensar é: Essa
é a primeira vez que eu a vejo hoje, e meu deus, ela é linda.
Kairos.
(...)
Ou quando me enrolo na minha cama confortávem com Theo dormindo aos meus
pés e Craig ao meu lado, eu ouço aos dois respirarem. E por um momento
eu penso: Como uma garota como eu tem tanta sorte? Ir pra cama a cada
noite cercada por essa respiração, esse amor, essa paz?
Kairos.
Estes momentos
Kairos vão embora tão rapidamente quanto vem. Mas eu os marco. Eu digo a palavra
Kairos na minha cabeça toda vez que deixo
Chronos. E ao fim do dia eu não me lembro exatamente quais foram meus momentos
Kairos, mas eu lembro que os tive. E isso faz com que a escalada diária da maternidade valer a pena.
Se eu tive uns
Kairos em um dia, eu chamo de sucesso.
Carpe uns momentos
Kairos a cada dia.
Bom o suficiente pra mim.
"
Texto original de Glennon Melton no Huffington Post, traduzido pela Viviane do
dcoração, blog tudo de bom.